Posted by : Unknown segunda-feira, 2 de junho de 2014




Nascido como uma criança normal, Andre foi vacinado. Foi então que com cerca de 3 meses de idade, sua mãe notou uma diferença entre as pernas: a esquerda era mais leve. Levado ao médico, constatou-se que ele era vítima de Poliomelite (paralisia infantil) por reação vacinal. Aos seus pais, chegou a ser dito que ele nunca mais andaria e até que possivelmente teria problemas mentais.

No primeiro momento após a notícia, houve uma pequena rejeição por parte de seu pai, mas tomado por amor ao primeiro filho e pela necessidade evidente de travar uma batalha para que as seqüelas do vírus fossem minimizadas; rapidamente isso foi superado. Carlos e Tania se viram obrigados a iniciar o que podemos chamar de um verdadeiro tratamento de choque: submeter o filho a uma terapia que utilizava o choque como meio de estimulo elétrico para que o músculo respondesse e gerasse movimento. Isso foi feito até que outro médico indicou a natação como forma de tratamento e principalmente atividade lúdica para que uma criança tão jovem não sofresse com o desgaste de intenso trabalho. Tania, sua mãe, chegou a ser chamada de louca por vizinhos, pois levava Andre às 6 da manhã para movimentar a perninha na piscina do prédio, fizesse chuva ou sol. Ela trabalhava em 3 empregos e este era o único horário que tinham juntos.

Andre passou sua infância em hospitais: até os 8 anos foram 7 cirurgias, várias terapias experimentais, muita natação e fisioterapia quase todos os dias... E muito choro: por não querer usar a calha (órtese) para dormir ou pelo cheiro do perfume da “torturadora” (a fisioterapeuta que o visitava em casa).

Aos 9 anos sua mãe atendeu ao pedido do filho: não faria mais cirurgias e passaria a viver como uma criança normal (até então ele não sabia se quer o que era jogar futebol). Andre nunca teve privilégios. Apesar das dificuldades era tratado normalmente por seus pais e familiares. Recebia broncas e era reprimido quando dinheiro adsense necessário.

A natação foi de extrema importância na sua formação. Foi na borda de piscina que ele diz ter aprendido lições de disciplina, equipe e principalmente respeito!  Tomou gosto pelo esporte e logo integrou uma equipe competitiva: e foi se aprimorando, ganhando títulos e aprendendo a sonhar com os feitos de Gustavo Borges e Fernando Scherer “XUXA”.

Foi então que se deu conta: os resultados eram bons, mas não o suficiente para me levá-lo a participar de Jogos Olímpicos. Então afastou-se aos poucos daquilo que mais amava. Sua mãe, como sempre incentivando no que fosse preciso, percebeu que era o momento do estudo e Andre foi para a faculdade! Os treinos continuavam, mas sem a mesma intensidade. 

Aos 20 anos, após assistir pela televisão as Paraolimpíadas de Atenas; Andre descobriu um novo ídolo: Clodoaldo Silva.  No mesmo evento conheceu um canadense que lhe chamou a atenção por ter a mesma deficiência que Andre: Benoit Huot – e que se tornaria um futuro adversário e um grande amigo pessoal. Assim aquele sonho de infância de estar em uma Seleção e representar seu país reavivaram em sua mente!  Em 2005 Andre entrou para o esporte Paralímpico e começou a competir com atletas com deficiência. Em sua primeira competição quebrou um recorde Mundial, na segunda outro, e na terceira mais outro recorde (todos eles eram então do amigo Benoit).

E o mesmo meio que devolveu o sonho, o tirou... Ao participar de um evento, Andre foi considerado inelegível para o esporte.  (Uma pessoa com deficiência era impedida de praticar a modalidade?)  Andre teve novamente que aprender como a vida é, e como é preciso acreditar e lutar para alcançar nossos objetivos.

Graças a sua família: pais, amigos, técnico e ao Comitê Paralímpico Brasileiro que acreditou em seu potencial, em Abril de 2006 Andre se reergueu e conseguiu mais uma conquista: a de voltar ao esporte e mostrar ao mundo sua capacidade.   Com seus passos “mancos”, mas firmes, que sabem onde querem chegar, Andre não enxerga limites, só possibilidades.

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